sábado, 9 de outubro de 2010

Série Vampiresca Moonlight‏

'MOONLIGHT' PODE TER UMA SEGUNDA CHANCE E IR PARAR NO CANAL AMERICANO SCI FI 
Parece que assim como os vampiros, "Moonlight" também não morre fácil. Mesmo com o cancelamento da série pelo canal americano CBS, o programa pode ganhar a sonhada "vida após a morte" no canal americano Sci Fi.

De acordo com o site Buddy TV, a possível solução é fazer com que a emissora de TV a cabo traga de volta ao ar a série vampiresca. O rumor surgiu depois que a chefe de entretenimento da CBS Nina Tassler negou a possibilidade da CW adquirir "Moonlight" como uma das séries de seu bloco dominical.

De acordo com o produtor executivo da série Harry Werksman, o Sci Fi está de fato interessado em ressuscitar o programa. Mesmo sem nada ter sido decidido ainda, o público fiel do seriado - que até andou fazendo campanha de doação de sangue para salvá-lo do cancelamento - já está entupindo o canal de cartas e e-mails. Será que vai?
Atualmente 
"MOONLIGHT" ainda é reprisado no canal
Warner
quarta às 23h
Sinopse:
O enredo gira em torno de vampiros. O protagonista é Mick St. John (Alex O’Loughlin), um detetive particular ao estilo noir, que descreve seus pensamentos enquanto se envolve em casos exóticos. Ele se tornou vampiro há mais de meio século, em 1952, quando foi mordido pela vampira Coraline (Shannyn Sossamon). Ela era sua noiva e o transformou no dia do casamento. Mick a abandonou com raiva e repulsa, mas nunca se viu livre dela, que ainda o ama.
Muito da mitologia dos vampiros é deixado de lado: eles podem andar sob a luz do Sol, embora não por muito tempo, não morrem com estacas (só ficam paralisados) ou água benta e são neutros quanto ao alho. Já no piloto da série, Mick encontra uma pessoa do passado, Beth Turner (Sophia Myles), uma jornalista que ele salvou da sua esposa maligna há vinte e dois anos e pela qual se apaixona. O elenco principal se completa com o mentor de Mick, Josef (Jason Dohring), um vampiro sarcástico e centenário.
Em Moonlight, aborda-se a concepção de vampiro do Ocultismo, em que o personagem absorve energia vital. Essa energia está presente no sangue e é descrita em antigos textos místicos. Já no piloto, um professor de Antropologia diz que somos todos vampiros, pois começamos nossas vidas nos alimentando do sangue materno e, adultos, buscamos recuperar essa agradável, quase religiosa sensação de beber sangue.
O seriado é produzido por David Greenwalt, co-criador de Angel. De acordo com o The Hollywood Reporter, Moonlight se avizinha como uma das mais interessantes séries sobrenaturais dos últimos anos. Basicamente, o protagonista investiga um caso por episódio e sua companheira, sabendo que ele é um vampiro, passa a ajudá-lo. Coraline, que nunca desistiu de Mick, reaparece no meio da primeira temporada.
Moonlight se inspira até certo ponto no RPG Vampiro: A Máscara e nos livros de Anne Rice. A mitologia básica, no entanto, é aquela dos Balcans, na Europa, a qual inspirou o livro Drácula, de Bram Stoker.
Trailler


By Amiga Ane

Filmes Imperdíveis - Jane Austen‏

Boas Dicas de Filmes...pra quem gosta de romances de época...e com fabulosos atores...vamos rever esses filmes antigos (alguns deles ainda encontramos na locadora, e outros o filme inteiro esta no you tube)...se vc não viu não sabe o que está perdendo...
...esses são os filmes que assisti baseados nos romances de Jane Austen, grande escritora inglesa...o mais interessante é que ela viveu na época em que se passaram as suas tramas; em uma sociedade inglesa vitoriana e cheia de preconceitos. O melhor da escrita, de Jane, é exatamente a forma com que a hipocrisia dessa sociedade é contada, sem maiores alardes, fazendo com que o espectador menos analítico acredite que a narrativa não passa de uma comédia romântica despretensiosa. Suas obras são aparentemente simples, delicadas, profundas e emocionantes,mas repletas de lições nas entrelinhas...um vislumbre da alma feminina...impossível não ver e rever...
  
Filme Amor e Inocência
Lançamento: 2007
atores: Joe Anderson, Jessica Ashworth, Maggie Smith, Julie Walters, Anne Hathaway, James Cromwell, Laurence Fox, Anna Maxwell Martin, James McAvoy
Esse filme foi inspirado (dizem) na história do grande amor da vida da escritora Inglesa Jane Austen...como ela morreu solteira...vc já sabe qual é o final...
obs: adoro o ator principal desse filme...acho bunitinnnnn....mas ele tá meio sumido...

Razão e Sensibilidade




Lançamento: 1995 (Inglaterra)
atores: James Fleet , Tom Wilkinson , Harriet Walter , Kate Winslet , Emma Thompson
gênero: Drama 
Versão Atual para Tv do Clássico - Minisérie da BBC de Londres:
Sinopse: Em virtude da morte do marido, uma viúva e as três filhas passam a enfrentar dificuldades financeiras, pois praticamente toda a herança foi para um filho do primeiro casamento, que ignora a promessa feita no leito de morte de seu pai que ampararia as meias-irmãs. Neste contexto, enquanto uma irmã prática (Emma Thompson), usando a razão como principal forma de conduzir as situações, a outra (Kate Winslet) se mostra emotiva, sem se reprimir nunca com uma sensibilidade flor da pele.
Uma tocante e elegante versão do clássico de Jane Austen que trata de amor, traição, paixão e suas relações com as convenções sociais. Deixadas na miséria após a morte de seu pai, Elinor e Marianne Dashwood enfrentam a incerteza do futuro e têm de casar se querem uma vida confortável. Pretendentes não faltam, como Mr. Edward Ferrars, Mr. John Willoughby e o Coronel Brandon, só que todos eles escondem facetas não tão visíveis. Aflitas pelo mesmo problema, Elinor e Marianne têm jeitos muito diferentes de encará-lo, uma pendendo para a razão e a outra se entregando à paixão. Mas só o equilíbrio pode levar as duas a uma solução.

Da obra clássica de Jane Austen, Razão e Sensibilidade tem o roteiro do premiadíssimo Andrew Davies, o mesmo de Orgulho e Preconceito, e um elenco de primeira grandeza da dramaturgia britânica, em uma das produções de época mais queridas da história da BBC
EMMA
Lançamento: 1996
gênero: Comédia Romântica
atores: Gwyneth Paltrow, Greta Scachi, Ewan Mcgregor, Toni Colette, Jeremy Northam, Juliet Stevenson, Allan Cumming, Polly Walker. 
Versão Atual -Minisérie BBC


Emma Woodhouse é uma mulher bonita, inteligente e rica, que vive confortavelmente ao lado do pai viúvo na pequena cidade de Higbury, no interior da Inglaterra. Quando a sua governanta, Miss Taylor, se casa com o vizinho, Mr. Weston, Emma sente um vazio em sua vida e decide ajudar as pessoas a terem uma vida tão perfeita quanto a sua. Torna-se, então, uma casamenteira e passa a dar conselhos na vida sentimental das amigas, apoiando, aprovando ou desaprovando os romances conforme seu juízo de valores, dando uma de cupido. Mas, apesar de aparentar autoridade no assunto, ela se revela uma mulher que nunca se apaixonou.E entre esses encontros e desencontros amorosos se desenrola a história e a boazinha Emma vai acabar se descobrindo apaixonada por quem ela menos esperava.
Orgulho e Preconceito


Lançamento:2005
elenco: Keira Knightley , Talulah Riley , Rosamund Pike , Carey Mulligan , Jena Malone
Inglaterra, 1797. As cinco irmãs Bennet - Elizabeth (Keira Knightley), Jane (Rosamund Pike), Lydia (Jena Malone), Mary (Talulah Riley) e Kitty (Carey Mulligan) - foram criadas por uma mãe (Brenda Blethyn) que tinha fixação em lhes encontrar maridos que garantissem seu futuro. Porém Elizabeth deseja ter uma vida mais ampla do que apenas se dedicar ao marido, sendo apoiada pelo pai (Donald Sutherland). Quando o sr. Bingley (Simon Woods), um solteiro rico, passa a morar em uma mansão vizinha, as irmãs logo ficam agitadas. Jane logo parece que conquistará o coração do novo vizinho, enquanto que Elizabeth conhece o bonito e esnobe sr. Darcy (Matthew Macfadyen). Os encontros entre Elizabeth e Darcy passam a ser cada vez mais constantes, apesar deles sempre discutirem.
Obs: não deixe de ver o beijo no final alternativo
Persuasão
Esse romance de Jane Austen é o meu preferido...e não é à toa...porque..."Love Lost...Love Found"... 
...e adorei a versão atual feito pela BBC de Londres...no livro, a personagem principal é sem atrativos, não muito bonita, uma mulher normal...e eles colocaram uma atriz sem maquiagem...sem vaidades...bem simples...no entanto de uma beleza interior singular...o olhar dela é algo impressionante...quem leu o livro disse que eles foram fiéis a personagem...importantíssimo: não deixem de reparar no capitão "tudebom" (que ator é esse minha gente???), que tira o fôlego da personagem principal e da gente também.
Esse Filme vc pode assistir legendado,no you tube, pois esta completo, em 10 partes...

E esse clip do filme com a música Fênix (maravilhosa), do Jorge Vercilo, desvenda o filme...a transformação interior, o amadurecimento, através do sofrimento...a mulher que percebe o erro, mas não desiste do acerto...
Trama gira em torno de Anne Elliot ,que mora na Inglaterra, no ano de 1814, mulher inteligente e amável, que não se sobressai no início da história mas que, aos poucos, passa a decidir sobre seus atos. Na história Anne se apaixona por um oficial da marinha, capitão Frederick. Mas uma conhecida da família a convence que ele não é um bom partido. Por ser jovem e insegura, segue esse conselho e termina o relacionamento, o motivo principal e que o capitão é "pobre". O interessante é que os anos se passam e a Anne não se casa, quando o capitão Frederick retorna e eles se reencontram é um homem rico e influente com uma posição conquistada com seus méritos. Tendo feito uma brilhante carreira na Marinha, o capitão retorna rico e encontra Anne e sua família em péssima situação financeira. Suas vidas continuam ligadas, porém existem alguns empecilhos para que eles voltem a ficar juntos.
Sinopse :
Aos 19 anos, Anne Elliot conhece um jovem pobre e de família humilde. Persuadida por uma amiga, decide desistir deste amor. Sete anos mais tarde, ao reencontrar o Capitão Wentworth em Bath, descobre que cometeu um grande erro.
Versão: 2007.
Elenco: Sally Hawkins e Rupert Penry-Jones.

Solteira e infeliz, a jovem Anne Elliot (Sally Hawkins) ainda tem de lidar com as dificuldades financeiras de sua família. Por obra do destino, o capitão Frederick Wentworth (Rupert Penry-Jones) retorna à vida de Anne oito anos depois que a família dela a aconselhou a não aceitar o pedido de casamento dele. Ocorre que Wentworth está rico,rancoroso, vingativo e rodeado de belas mulheres - todas evidentemente interessadas na fortuna dele. Anne agora será desafiada a provar que lamenta pela decisão tomada no passado e que durante todos esses anos sempre amou verdadeiramente o capitão Wentworth.

Obs: imperdível a cena em que ela corre atrás dele e se declara...preste atenção nos atores principais toda vez que se encontram ...na parada da câmera...na respiração ofegante e nos olhares cumplices...é fantástico...treme o chão...
Melhor cena do Filme (e uma das mais bonitas que eu vi no cinema até hoje): 
Spoiler/Não veja se não quiser ver o final do filme 
Pra quem gosta de se emocionar ...com um bom romance à moda antiga...e ainda refletir com os ensinamentos e as lições de vida...esses filmes baseados nas obras de Jane Austen são IMPERDÍVEIS...SE VC NÃO VIU...VEJA...SE VC JÁ VIU...REVEJA...SUA ALMA VAI AGRADECER...
Beijokas!!!  

PS:...e olha o que eu achei...esse filme não assisti, mas parece ser bem interessante...
O Clube de Leitura de Jane Austen
Sinopse: Mulheres de todas as idades fazem parte de um clube do livro sobre as obras de Jane Austen, responsável por títulos como Orgulho e Preconceito, Razão e Sensibilidade e Persuasão. Nessas reuniões, elas discutem as lições aprendidas nos livros, tentando resolver seus relacionamentos ou pelo menos arranjar um.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Como a escritora Jane Austen pode mudar a sua vida?‏

Fuçando na net...sobre a famosa escritora Inglesa Jane Austen...que escreveu romances incríveis...na época que viveu...na Inglaterra Vitoriana... dei de cara com umas críticas ...e concordo com as reflexões sobre a obra dessa visionária escritora ...adorei o texto...que compartilho com vcs agora...
"Jamais li Jane Austen (escritora inglesa proeminente, considerada geralmente como a segunda figura mais importante da literatura inglesa depois de Shakespeare). [Entretanto, nunca é tarde para se ser feliz].
Mas, quando assisti à minissérie Orgulho e preconceito (Pride & Prejudice), transmitida no Brasil por uma TV a cabo, fiquei literalmente encantada com a veia espirituosa e irônica de Austen, a poesia, a magia dos grandes salões, a música, as modas do século XIX descritas pela escritora (as roupas, a ambientação), as tramas tecidas, a leitura que faz da natureza humana, as ironias destiladas através de suas personagens.
Parafraseando um crítico literário, "Orgulho e preconceito é uma meditação brilhante sobre a forma como as primeiras impressões, as idéias apressadas que construímos sobre os outros, acabam, muitas vezes, por destruir as relações humanas"."
A BBC de Londres, produziu miniséries atuais, baseado nos livros de Miss Jane...com belíssima recomposição da época em que se passa cada história...são romances lindos e emocionantes de curtir...podemos encontrar na net ou ver no you tube (tem todos os episódios , separados por capítulos)...além de obras magníficas de outros importantes escritores...vejam neste site as principais miniséries da BBC...
     
Jane_austen
Jane Austen
Vale a pena ler também a crítica de João Pereira Coutinho abaixo: (maravilha de análise)

Como Jane Austen pode mudar sua vida
Alain de Botton escreveu um livro sobre Proust para mudar todas as vidas. Bom negócio. Nos últimos tempos, tenho pensado em Jane Austen para mudar a minha. Corrijo. Tenho pensado em mim, no meu bolso e nas histórias de Miss Jane para mudar as vossas. Assim é que é.

Acontece quando um amigo (melhor: uma amiga) entra aqui em casa com lágrimas nos olhos. Problemas sentimentais, por favor, não façam caso. Fatalmente, tenho sempre dois objetos sobre a mesa: uma caixa de lenços de papel e, claro, uma cópia de "Orgulho e Preconceito", o livro que Jane Austen publicou em 1813. Entrego o livro e, com palavras paternais, aconselho:            Lê "Orgulho e Preconceito" e encontrarás a luz, meu amor.

Eles lêem e depois regressam, com a alma levantada, mais felizes que Mr. Scrooge ao descobrir que está vivo e é Natal. Inevitável. Jane Austen entendia mais sobre a natureza humana do que quilos e quilos de tratados filosóficos sobre a matéria.

Mas, primeiro, as apresentações: leitores, essa é Jane Austen, donzela inocente que nasceu virgem e morreu virgem. Jane, esses são os leitores (ligeira vênia). A biografia não oferece aventuras. Poderíamos acrescentar que morou com a família até ao fim. Que publicou os seus romances anonimamente, porque não era de bom tom uma mulher se entregar aos prazeres da literatura. E que suas obras, apesar de sucesso moderado, têm conhecido nos últimos anos um sucesso estrondoso e as mais díspares interpretações políticas, literárias, filosóficas, até econômicas. Já li textos sobre a importância das finanças na obra de Jane Austen. Sobre o vestuário. Sobre a decoração de interiores. Sobre os usos da ironia no discurso direto. Para não falar de filmes - mais de vinte - que os seus livros --apenas seis-- suscitaram nos últimos tempos. O último "Orgulho e Preconceito" foi recentemente filmado no Reino Unido, com Keira Knightley (suspiros, suspiros) no papel principal. Vai aos Globos de Ouro. Provavelmente, aos Oscars também.

A loucura é total. Jane Austen mal sabia que, depois da morte, em 1817, o mundo acabaria por descobri-la e, sem maldade, usá-la e abusá-la tão completamente. Justo. Considero Jane Austen uma das maiores escritoras de sempre. Incluo os machos na corrida. Sem Austen, seria impensável encontrar Saki, Beerbohm ou Wodehouse. Miss Jane é mãe de todos.

E "Orgulho e Preconceito"? "Orgulho e Preconceito" tem eficácia garantida para males de amor. Vocês conhecem a história: Elizabeth, filha dos Bennet, classe média com riqueza nos negócios (quel horreur!), conhece Darcy, aristocrata pedante. Ela não gosta da soberba dele. Ele começa por desprezar a condição dela --social, física-- no primeiro baile onde se encontram. Com o tempo, tudo se altera. Darcy apaixona-se por Elizabeth. Elizabeth resiste, alimentada ainda pelas primeiras impressões sobre Darcy. Darcy declara-se a Elizabeth, sem baixar a guarda do preconceito social. Elizabeth não perdoa o preconceito de Darcy e, ferida no orgulho, recusa os avanços. Darcy vai ao "Faustão". Não, invento. Darcy lambe as feridas e afasta-se. Mas tudo está bem quando termina bem: Darcy e Elizabeth, depois das primeiras tempestades, estão condenados ao amor conjugal. Aplausos. The end.

As consciências feministas, ou progressistas, sempre amaram a atitude de Elizabeth: nariz alto, opiniões fortes, capaz de vergar Darcy e o seu preconceito aristocrático. Elizabeth seria uma espécie de Julia Roberts em "Pretty Woman", capaz de conquistar, com seu charme proletário, um Richard Gere que fede a presunção. "Orgulho e Preconceito" seria, neste sentido, um livro anticonservador por excelência, ao contrário de "Sensibilidade e Bom Senso", onde a hierarquia social tem a palavra decisiva. Elizabeth não é boneca de luxo, disposta a suportar os mandos e desmandos do macho. Ela exige respeito. Pior: numa família com dificuldades financeiras, Elizabeth comete o supremo ultraje --impensável no seu tempo-- de recusar propostas de casamento que salvariam a sua condição e a conta bancária de toda a família. A mãe de Elizabeth, deliciosamente histérica, atravessa o romance com achaques nervosos, prostrada no sofá. Se "Orgulho e Preconceito" fosse um romance pós-moderno, a pobre mãezinha passaria metade do tempo suspirando: Esta filha vagabunda vai levar a família toda para a sarjeta!

Elizabeth não cede e triunfa. A família também. E os leitores progressistas?

Esses, não. Os leitores progressistas tendem a ler "Orgulho e Preconceito" como se existissem na trama duas personagens distintas, vindas de mundos distintos, com vícios e virtudes também distintos. Darcy contra Elizabeth, até ao dia em que o amor é mais forte. Erro. Jane Austen não era roteirista em Hollywood. E os leitores progressistas saberiam desse erro se soubessem também que o título original de "Orgulho e Preconceito" não era "Orgulho e Preconceito". Era, tão simplesmente, "Primeiras Impressões".

Nem mais. Se existe um tema central no romance, não é Elizabeth, não é Darcy. E não é, escuso de dizer, o dinheiro, a ironia dos diálogos ou a decoração de interiores. "Orgulho e Preconceito" é uma meditação brilhante sobre a forma como as primeiras impressões, as idéias apressadas que construímos sobre os outros, acabam, muitas vezes, por destruir as relações humanas.

De igual forma, "Orgulho e Preconceito" não é, como centenas e centenas de histórias analfabetas, uma história de amor à primeira vista. É, como escreveu Marilyn Butler, professora em Cambridge e a mais importante crítica de Austen, uma história de ódio à primeira vista. E a lição, a lição final, é que amor à primeira vista ou ódio à primeira vista são uma e a mesma coisa: formas preguiçosas de classificar os outros e de nos enganarmos a nós. Elizabeth despreza a arrogância de Darcy sem perceber que essa arrogância, às vezes, é uma forma de defesa: o amor assusta mais do que todos os fantasmas que habitam o coração humano. Darcy despreza Elizabeth porque Elizabeth é uma ameaça ao seu conforto social e até sentimental. Elizabeth e Darcy não são personagens distintos. Eles são, no seu orgulho e preconceito, personagens rigorosamente iguais.

Jane Austen acertou. Duplamente. Como literatura e como aviso. O amor não sobrevive aos ritmos da nossa modernidade. O amor exige tempo e conhecimento. Exige, no fundo, o tempo e o conhecimento que a vida moderna de hoje não permite e, mais, não tolera: se podemos satisfazer todas as nossas necessidades materiais com uma ida ao shopping do bairro, exigimos dos outros igual eficácia. Os seres humanos são apenas produtos que usamos (ou recusamos) de acordo com as mais básicas conveniências. Procuramos continuamente e desesperamos continuamente porque confundimos o efêmero com o permanente, o material com o espiritual. A nossa frustração em encontrar o "amor verdadeiro" é apenas um clichê que esconde o essencial: o amor não é um produto que se compra para combinar com os móveis da sala. É uma arte que se cultiva. Profundamente. Demoradamente.

Por isso, leitores desesperados e sonhadores arrependidos, leiam Jane Austen e limpem as vossas lágrimas! Primeiras impressões todos temos e perdemos. Mas o amor só é verdadeiro quando acontece à segunda vista.
João Pereira Coutinho, 29, é colunista do jornal português "Expresso". Reuniu seus artigos no livro "Vida Independente: 1998-2003". Escreve quinzenalmente, às segundas-feiras, para a Folha Online.
E-mail: jpcoutinho.br@jpcoutinho.com
Fonte: Folhaonline


By amiga Ane